Roseane Veronesi, conhecida como Zazi Luazi. Adépta ao Candomblé a 15 anos e iniciada a 3 anos no Ilê Axé Oxum Opará e Caboclo Ubirajara peito de Aço, filha de Sambaleci, dirigente do Ilê e do Projeto Cerejeira, que ajuda pessoas em situação de rua, levando um pouco de cultura e ajudadando a comunidade de cidade Ademar e Pedreira.
Hoje, ela vem aqui, manifestar seu pensamento, acreditando que para combatermos a intolerância religiosa, a descriminação religiosa fora dos terreiros, temos primeiramente combater dentro dele .
Asssim ela questiona: Porque em algumas casas o ABIÃ, o YAWÔ, são tão descriminados ?
Nasci a 3 anos para o Orixa, junto com minhas irmãs , "um barco de 3", Zazi Luazi, Ofadanleci e Yaire. Somos Yawôs e com muito orgulho.
Normalmente o Yawô não é valorizado dentro das casas de Axé (não é nosso caso),pois na nossa casa YAWÔ é tratado como pessoa, não como cargo.
Porem depois de ouvir muitos relatos e muitos estudos, entendemos que muitas vezes o preconceito religioso começa dentro do próprio axé .
Uma casa de Candomblé sem Yawô, não é uma casa .
Já presenciei em diversos lugares, ekedys,ogans e Ebomis, menosprezando e muitas vezes tratando yawô com inferioridade. Se esquecendo que TODOS um dia foi YAWÔ, a ekedy, o Ogã, o Ebomi, o Sacerdote enfim. Quando estamos recolhidos, deitados em nossas esteiras, somos todos iguais e estamos todos na mesma altura, pois superior só mesmo o Orixa .
O Yawô, muitas vezes limpa, cria os irmãos mais novos e os mais velhos no roncó, prepara a comida para os orixas e para todos do Ilê, passa,lava,faz fio de conta, limpa bicho, etc.
Na maioria das vezes é o primeiro a chegar no terreiro e o ultimo a ir embora, é o primeiro acordar e o ultimo a dormir. E se um yawô pode fazer tudo isso, porque ele tem que ser menosprezado pelos seus Ebomis, ekedys e ogans.
O Yawô não deixará de ser um yawô e nem estará faltando com respeito se o mesmo quer se arrumar para um toque, se conversa com um mais velho em uma roda de conversa , ele não deixara de cumprir seus 7 anos de aprendizado, e para isso deve ser tratado com igualdade.
Pois se queremos combater a intolerancia religiosa, temos que começar por nos mesmo dentro de nossas casas e tratando todos com igualdade e respeito, seja abian, yawô,ekedy,ebomi ou ogans e cargos.
Em uma casa de Axé as pessoas devem ser tratadas com respeito e como pessoas, não como cargos, não porque uma roupa é mais bonita que a outra, porque tem mais fios de luxo que outros .
Para exigirmos respeito temos que dar respeito a todos aqueles que estão em nosso chão Independente de sua cor, classe social,idade ou religião.
E porque com o YAWÔ tem que ser diferente....
Uma casa de matrizes africanas independente de seu seguimento, seja umbanda,candomblé,
quimbanda etc.... E uma família, e como em toda família pode haver diferençaa de opiniões, mas respeito e humildade e essencial.
No dia 26/06/2023 -Encontro das Religiões do Axé - Religiões Afro, estarei lá Alesp defendendo minha crença, meu seguimento e o meu Mocan , pois ser YAWÔ e a dádiva mais linda que os orixás nos concederam....
YAWÔ ZAZI LUAZI
Ilê axé oxum opara e caboclo Ubirajara peito de aço. whatsapp 11.947501205 ZAZI 11947501219 Sambaleci
e-mail: projetocerejeira1@gmail.com Instagram
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