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VOCÊ QUE É EVANGÉLICOS CONCORDA COM AS AGRESSÕES AOS TERREIROS?
Estamos vivendo um período sombrio, no qual o segmento evangélico vem sendo utilizado como instrumento para impor um estado teocrático. Você, que é evangélico, lembra da passagem bíblica onde muitos quiseram apedrejar Maria Madalena e Jesus disse:
"Que atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado"? Ou quando, segundo a Bíblia, Jesus afirmou: "Amai ao próximo como a ti mesmo"?
O que está acontecendo hoje é exatamente o oposto desses ensinamentos: a obediência cega a líderes religiosos que utilizam a fé para incitar a violência e a intolerância.
A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso VI, estabelece que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias. No entanto, o que vemos são terreiros sendo constantemente perturbados por grupos de evangélicos, que se posicionam em suas portas promovendo tumultos e ofendendo seus praticantes com palavras agressivas e desrespeitosas.
De acordo com o inciso VIII do mesmo artigo da Constituição, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal imposta a todos. Entretanto, na prática, adeptos das tradições de terreiro têm sido impedidos de exercer sua fé livremente, seja por discriminação direta, seja por violência simbólica quando utilizam insígnias representativas de sua religião.
Você já viu um grupo de terreiro subir em ônibus, usar carros de som nas ruas ou abordar pessoas em espaços públicos para tentar convertê-las? Já testemunhou um sacerdote de terreiro condenando publicamente quem não segue sua fé?
No entanto, é comum presenciarmos pregadores evangélicos, ao identificarem um adepto de religião afro-brasileira, iniciarem discursos ofensivos e discriminatórios. Esse tipo de conduta configura assédio religioso e, em muitos casos, enquadra-se nos crimes de injúria qualificada por preconceito religioso e incitação ao preconceito.
Essa realidade se repete diariamente em ônibus, praças e outros espaços públicos. E quando um evangélico é processado por tal conduta, será que sua igreja oferecerá suporte financeiro para arcar com as consequências de seus atos? Ou acreditará que sua fé o isenta de responsabilização legal?
Muitas igrejas evangélicas funcionam hoje como verdadeiras empresas da fé, com estruturas grandiosas, benefícios fiscais e financeiros, e lideradas por pastores milionários que possuem jatinhos particulares, carros de luxo e mansões. Enquanto isso, seus fiéis, em grande parte, vivem em situação de vulnerabilidade social, morando em favelas e pagando aluguel. Isso é justo?
A Igreja Universal, por exemplo, possui até mesmo empresas de segurança privada com carros-fortes para transportar o dinheiro das doações, ampliando seus lucros diários, enquanto seus adeptos seguem na pobreza. Isso é justo?
Enquanto os terreiros, mesmo enfrentando limitações e dificuldades, realizam um intenso trabalho social, igrejas multimilionárias crescem financeiramente sem prestar contas à sociedade. Façamos uma comparação: pegue um pastor de uma grande igreja e um sacerdote de terreiro e analise suas situações fiscais. Qual deles tem mais dinheiro? É uma luta desigual.
A agressão contra pessoas por motivos religiosos é ilegal e desumana! Pais e mães evangélicos aceitariam que um filho fosse agredido por ser negro, homossexual ou de outra religião? A violência não é apenas física; também se manifesta de forma intelectual e psicológica.
Quantas pessoas estão adoecendo e morrendo em decorrência da pressão social e discriminação religiosa? Quantos políticos evangélicos têm em suas famílias pessoas negras, homossexuais ou de outras crenças? E, ainda assim, promovem a intolerância. Isso é "amar ao próximo como a si mesmo"?
Hoje, existem igrejas evangélicas oferecendo bolsas de estudo integrais em faculdades apenas para criar uma base de fiéis alinhada à sua ideologia e fomentar o enfrentamento religioso.
Vocês sabiam que um pastor pode comprar um carro com descontos significativos utilizando a isenção concedida à igreja? Mas por que um líder religioso precisa de carros novos, blindados e segurança armada, enquanto seus seguidores enfrentam dificuldades financeiras e se deslocam de ônibus?
Jesus apoiaria a violência? Jesus apoiaria o roubo? Jesus apoiaria a morte? Talvez, quando a intolerância atingir você ou um ente querido, seja tarde demais para refletir.
Quem puder e tiver coragem, compartilhe.
SANDRO DE JUCA - RECIFE-PE
Babalorixá & Juremeiro
https://www.instagram.com/sandrodejuca
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www.jornaldoaxe.com.br Conheça um fato dentre tantos:
Mais um fato, mais um história, que não é a primeira e nem será a ultima, se nada for feito.
Veja o que aconteceu no Terreiro de Xambá em Olinda - Recife , que sofreu racismo Clique Aqui
Pai Sandro de Juca: Este sabe o que fala e vive uma realidade de respeito as diferenças dentro de casa
Intolerância não é evangelização. O verdadeiro cristianismo se manifesta no amor e no respeito.
A fé não deve ser uma arma de opressão, mas um caminho de luz e respeito. Linda iniciativa!
Que cada vez mais pessoas tenham coragem de se posicionar a favor do respeito e contra a intolerância. O mundo precisa disso!
Cristianismo e intolerância não combinam. Que essa mensagem alcance muitas mentes e corações!
É possível ter fé sem desrespeitar a do outro. Vamos construir pontes, e não muros!